segunda-feira, 21 de abril de 2008

Histórias!

A minha história é o seguinte: Tenho 24 anos e durante quase todo o meu percurso escolar fui vitíma de bullying. Os meus agressores sempre foram diferentes de ano para ano. No 1º e no 2º anos da primária era vitíma de um colega meu que era 1 ou dois anos mais velho do que eu. A minha família não sabe mas esse colega e mais outro até tentaram abusar sexualmente de mim, só que eu consegui fugir. Depois no 3º ano fui estudar para um externato e aí as minhas agressoras eram três colegas minhas, ou melhor uma e as outras duas eram uma espécie de escravas dela, que faziam tudo o que ela mandava. Elas faziam quase tudo: a que era a chefe tentava intimidar-me, só uma delas é que queria ser minha amiga, só que a outra não a deixou. Lembro-me que uma vez numa festa de carnaval na escola não queriam que uma colega nossa que estava no primeiro ano me emprestasse a maquilhagem. Até tinham chegado ao ponto de me roubarem os material escolar (os marcadores), mas não tinha como provar que as coisas eram minhas. Os meus amigos eram a turma do 4º, os rapazes do 3º ano e algumas pessoas do 1º e do 2º ano. os professores não sabiam o que haviam de fazer. Quando passei para o 4º ano fiquei lá na escola na 1ª parte do primeiro período e fiz o resto do ano numa pequena escola primária numa terra onde o meu avô trabalhava antes de se reformar. Aí nessa escola eu dava-me bem com os meus colegas, porque eles eram os meus companheiros de brincadeiras quando ia visitar os meus avós. O único problema era a professora dessa escola, acho que ela sentia que tinha sido castigada por ter ido dar aulas numa terra tão pequena! e como eu era um bocado viva, tornei-me na vítima preferida da professora. Lembro-me duma vez de ela tinha deixado todos os meus colegas irem almoçar, mas a mim só me deixava sair quando resolvesse um problema de matemática, e quanto mais insistia para ela deixar-me ir almoçar, mais ela dizia que não, até que finalmente deixou-me ir embora. A meio do caminho encontrei a minha avó e ela deu-me um estalo porque estava muito preocupada comigo e pensava que eu tinha atrasado de propósito para a hora de almoço. Quando eu contei a ela o que se tinha passado a minha avó arrependeu-se logo do que me tinha feito e pediu-me desculpa. Outra situação que se tinha passado nesse ano lectivo foi o facto de me terem falsamente acusado de ter colocado raticida nos nossos copos que usavamos para bocechar os dentes no fim da hora do almoço. O 5º ano foi o pior da minha vida, na minha turma estavam alguns dos meus amigos de infância e aqueles com quem eu tinha andado na primária, pensava que se fosse mais divertida e mais engraçada me achariam piada. Mas revelou-se totalmente o contrário: era maltratada tanto dentro como fora da minha turma por algumas pessoas; aqueles que eu julgavam que eram meus amigos viraram-se contra mim, na minha turma havia uma ou duas raparigas que andavam a arranjar intrigas só para eu ficar mal vista. Fiquei muito desiludida com algumas pessoas que eu julgava que eram minhas amigas. Passei de ano e fui viver para outra terra. No 1º período do 6º ano estive no limite de perder a minha sanidade mental. Quando mudei de escola colocaram-me numa das turmas mais problemáticas da escola. O problema eram as aulas de música: aí eu era vitíma de dois rapazes e um deles era repetente. Fizeram de tudo: desde baterem-me dentro da sala de aula, mal o professor virava as costas, até chegarem ao ponto de um dia esconderem as minhas coisas (nesse dia tinha tentado fazer queixa deles no conselho executivo, mas fui impedida por uma auxiliar de acção educativa, ela em vez de me apoiar levou-me de volta para a sala de aula). A directora dessa turma dizia-nos para não nos metermos uns com os outros, mas era impossível. Cheguei mesmo faltar às aulas de música só para fugir às agressões e refugiava-me na biblioteca. Um dia estive sozinha com essa directora de turma e contei toda a verdade do que eles me faziam, contei também que um dia à saída da aula que eles tinham tentado agredirem-me mas a minha sorte foi que uma professora ia a passar e impediu-os de fazerem isso. Ela depois confrontou-os e eles diziam que era sempre mentira. Havia também o problema que eles eram superprotegidos pelo resto da turma, não sei dizer se era por amizade ou se era por medo. Cheguei mesmo quase a ser agredida por algumas das raparigas dessa turma. Mas corri o mais rápido que pude até à porta do refeitório onde estava uma fila de alunos para ir almoçar e eles impediram que elas também me agredissem. Em casa também cheguei a receber uma carta da escola a dizer que corria o risco de chumbar, não tinha motivação nenhuma, mas tentavam ajudar-me no que podiam, principalmente a minha avó, ela tinha encorajado a apresentar queixa deles no conselho executivo, mas quando me puseram frente a frente com um deles, simplesmente perdi a coragem, foi por medo. Até que finalmente conseguir mudar de turma, onde eu encontei aqueles que são até hoje os meus melhores amigos, apesar de continuar a ser vítima de bullying, tanto desses dois rapazes da minha ex-turma, como de um grupo de rapazes do 8º ou 9º ano. Estive assim até ao final desse ano. até que a nossa recebeu durante 3 anos uma rapariga de outra terra e alguns de nós tinhamos sido vítimas dela: desde ela andar à briga com algumas raparigas da minha turma, até mesmo tentar cortar os pulsos em plena sala de aula, numa espécie de chantagem psicológica.Bem, estivemos juntos até irmos para a escola secundária, alguns foram para áreas diferentes e outros para outras escolas. A turma onde me colocaram nem era boa nem era má. Mas por problemas pessoais acabei por chumbar de ano e alguns deles também, até que vieram pessoas de outros sitíos e juntarram-se a nós e estávamos a dar-nos bem uns com os outros. Até que quando a nossa turma passou para o 11º juntou-se com outra turma e foi aí que os problemas começaram novamente: intrigas e mais intrigas. Desta vez não houve violência física. Havia mais exclusões ou até mesmo discriminações. O conselho que dou a todos que sofrem de bullying que não tenham medo, desabafem com os vossos pais e professores, porque é isso que os vossos agressores querem, que vocês tenham medo deles! Os professores também devem estar mais preparados para este tipo de problemas, não podem nunca serem passivos. e tanto os pais das vitímas como dos agressores têm que estar mais atentos ao que se passa na vida dos vossos filhos, porque eles podem ter graves problemas e vocês não dão problemas. É preciso ir ao fundo deste problema e tentar resolvê-lo, quanto mais pressão e mais união houver provavelmente deixará de existir bullying em toda a parte. E já agora, parabéns ao vosso site, isto é um bom caminho para resolver este problema.


Ana , 24 anos

quinta-feira, 10 de abril de 2008

Conheces alguma história de bullying?

Envia-a para o nosso e-mail:
s.bullying@hotmail.com

Fomos visitados

No passado dia 9 de Abril, fomos visitados, pelo canal televisivo RTP, para vos dar conhecimento do nosso projecto.

sexta-feira, 4 de abril de 2008

Relato de uma aluna

Tudo começa com ofensas, palavras, que nos magoam, até que tudo ultrapassa os limites. Batem, agridem, roubam, excluem, chegam até a ameaçar-te na tua casa. Tudo isto é horrível. Falo pela minha experiência. Fui vítima de Bullying. Ando no 9º ano e mesmo assim não me escapo. Até colegas da mesma turma. Conto-lhe isto para ver que não vale a pena sofrer em silêncio, muito pelo contrário. Agrediam-me durante as aulas (iam de puxões de cabelos, a chapadas, etc.). Mas superei esta experiência, pois já no 5º ano tinha sido vítima de Bullying. Tudo começou numa aula em que uma professora, teve de ir buscar umas fichas ao seu cacifo e nesse dia disse: "Hoje ocupem os lugares que quiserem", mas houve um problema e um colega meu sentou-se no meu lugar e eu disse: "Aí é o meu lugar". Essa pessoa partiu logo para a agressão verbal, fazendo troça com a minha aparência física. Fui seguida, fui rejeitada, fui acusada de ser mentirosa, por dizer verdades. Até que chegou ao ponto que me foram ameaçar a casa. Tive que aguentar esta situação até o fim do ano lectivo. Até que depois de muito batalhar, e até ter sido enviada para o hospital, com uma crise de nervos, confundida com uma apendicite, consegui mudar de turma. Ultrapassei tudo com a ajuda dos meus pais, e da minha família. Por denunciar a minha situação, foi tudo resolvido mais rapidamente, e se possível com castigo, para o bullie.
É por isso que eu aconselho, a que todas as pessoas vítimas de bullying desabafem, tudo aquilo que lhes acontece. E aos pais e encarregados de educação, que tenham atenção ao comportamento dos seu filhos ou educandos, pois muitas vítimas sofrem em silêncio, mas isso manifesta-se no seu comportamento, por exemplo, se o seu filho, for um aluno de boas notas e de repente, diminui-las; Se ele de noite tem pesadelos em que grite "SOCORRO", "NÃO ME BATAM", "LARGUEM-ME"; e muitas outras situações, "investigue", pois muitas das vezes, podem ser as típicas vítimas de bullying que sofrem em silêncio.